Outro dia me perguntaram se a cadeira que eu estava ofertando, era confortável. Após alguns segundos de "pensamento profundo", respondi: -Não sei!
A decepção foi visível, seria melhor ter respondido "42" (calma, já explico o significado desta resposta).
Acontece que uma cadeira, apesar das regulagens, tem um tamanho único, ao contrário de uma roupa que você pode comprar no seu tamanho. E se você, trabalha em escritório, eu posso afirmar que passa mais tempo em contato com a sua cadeira, do que qualquer outro ser ou item do planeta (inclusive aquele seu pijama "super" confortável).
Já atendi empresas que tinham funcionários afastados, com dores na coluna por conta da cadeira, ao mesmo tempo que seus colegas, recusavam ofertas de emprego, para não abrir mão da cadeira. E pasmem, estou falando da mesma cadeira!
Mas e ai, como ficamos? Ao contrário do computador do livro de Douglas Adams (que simplesmente respondeu "42" para pergunta sobre o universo, a vida e tudo mais), não podia deixar o meu cliente sem resposta. Assim, busquei refúgio na palavra "ergonomia". Mas, acontece que ergonomia, não é um adjetivo, não podemos dizer simplesmente que uma cadeira é ergonômica.
Não contente, fui pesquisar o real significado da palavra ergonomia, e separei dois que considerei relevantes:
Na raiz da palavra, temos: "Estudo científico das relações entre o homem e a máquina, visando a uma segurança e eficiência ideais no modo como um e outra interagem".
Em uma definição mais contemporânea, temos: "Otimização das condições de trabalho humano, por meio de métodos da tecnologia e do desenho industrial"
Ou seja, afirmar que uma cadeira é ergonômica, seria o equivalente a dizer que ela é "biologia" ou "matemática"??? Afinal, ergonomia é o estudo, não a característica.
Vale lembrar, que os estudos da ergonomia, surgiram juntamente com o desenho industrial, que na essência, busca simplificar e escalar a fabricação dos produtos. Com isso, deixamos de lado o artesão, que fabricava sob encomenda e partimos para padronização dos bens. Com isso, surgiram estudos multidisciplinares, que definiram padrões que pudessem atender ao maior número de indivíduos.
Mas e aí, como ficamos nesta história?
Duas grandes frentes, trabalham na melhoria deste cenário. Uma delas é a frente normativa, que por sua vez, se subdivide em mais duas, sendo uma governamental, de caráter obrigatório (ou pelo menos deveria), que é a NR17. Esta visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Observe que neste caso, não existe uma preocupação com a durabilidade da cadeira, apenas o conforto.
A outra, trata-se de iniciativa da sociedade civil, que organizada em comitês, elaborou um conjunto de regras construtivas e ensaios de resistência, no qual um produto tem que ser submetido para comprovar sua qualidade. Este conjunto de regras e testes, foi compilado em na norma ABNT:13.962. Esta segunda frente, por se tratar de algo mais rigoroso e completo (ergonomia e qualidade construtiva), tem caráter optativo, ou seja, apenas os fabricantes que desejam ser reconhecidos no mercado pela excelência, submetem seus produtos à tais testes. Um produto, certificado de acordo com esta norma, não poem em risco a saúde dos consumidores, ao mesmo tempo que garante a durabilidade da cadeira. Vale lembrar que uma cadeira certificada pelas regras da ABNT:NBR 13.962, automaticamente atende às exigências da NR17 e à supera.
A outra grande frente, é a tecnológica. Esta busca através dos avanços dos processos de produção, aliada ao avanço das tecnologias de informação, oferecer aos consumidores produtos cada vez mais customizados, sem abrir mão da produção em larga escala.
Mas e aí, onde chegamos com esta história toda?
Bem, a grande lição que podemos tirar disso tudo, é a seguinte:
Não temos como afirmar, se uma cadeira é confortável o não, ela pode ser confortável para uma pessoa e desconfortável para outra. Mas se quisermos ampliar as chances de termos conforto, e mais importante ainda, qualidade e saúde no trabalho, devemos buscar fornecedores de cadeiras no mínimo certificadas pela norma NBR:13.962. E se o bolso permitir, procurar investir em cadeiras com o maior número de regulagens e ajustes (fazendo uso das novas tecnologias), ampliando o leque de biotipos atendidos.
Se você está procurando cadeiras "confortáveis", venha bater um papo com a gente! Certamente iremos te ajudar a escolher a mais adequada à sua necessidade.