Tempos atrás, revisitando alguns filmes antigos (mas não tão antigos assim), me deparei com o filme "Do que as mulheres gostam", protagonizado pelo ator Mel Gibson, que interpreta o publicitário Nick Marshal, que após um acidente doméstico, adquire a habilidade de ler a mente das mulheres. No início do filme, esse talento lhe proporciona informação demais, mas com o tempo ele começa a perceber que pode tirar vantagem, especialmente na sua profissão.
E se este filme se chamasse "Do que os funcionários gostam"?
Sei que este título pode parecer menos empolgante que o do filme, mas pesquisa realizada com 1,6 mil funcionários de empresas dos Estados Unidos em 2019, mostrou que itens básicos, como a temperatura do ar condicionado, geram melhores resultados de produtividade do que políticas inovadoras de RH.
A pesquisa mostra que muitas vezes, os esforços do setor de RH, como instalação de academias, espaços lúdicos, ambientes descontraídos e opções de alimentação saudável, ficam em segundo plano, em relação a fatores clássicos como a qualidade do ar e incidência de luz natural. Ficou claro na pesquisa, que estes fatores "invisíveis", tem maior influência positiva no bem estar, produtividade e na qualidade da experiência no local de trabalho.
Segundo o relatório, apenas 25% das pessoas entrevistadas, considerou a qualidade do ar do escritório adequada. Sendo que 50% dos entrevistados, relatou que a qualidade do ar, os deixa sonolentos (altas taxas de CO2), e 30% alega sofrer com o ar muito seco (irritação das vias aéreas e olhos lacrimejando). Sem falar na clássica temperatura, que segundo a pesquisa, agrada apenas 30% dos entrevistados.
Outro fator que chama atenção na pesquisa, é a ausência, ou em muitos casos, o bloqueio do acesso a luz do ambiente externo por meio de persianas, ou do layout que impede que muitos funcionários saibam "qual é a cor" do lado de fora do escritório. A maioria das pessoas, considerou este, um fator importante para o seu bem estar.
Um subproduto, dos escritórios com layout aberto, é o já abordado em outro post, barulho, este foi apontado por mais de 1/3 dos entrevistados, como o principal motivo de distração. O barulho do telefone, digitação e do aparelho do ar condicionado, atrapalham na concentração de 37% dos entrevistados.
Mas de toda esta pesquisa, o que mais me chamou atenção, foi que em tempos de "home office", "startups" com ambientes de trabalho estilo Google, academias e creches dentro da empresa, 67% dos entrevistados alegaram ter aceitado um novo emprego, ou permanecido no atual, por conta destes fatores do ambiente de trabalho.
Com a habilidade, ou não, do Mel Gibson no filme, acho que a grande dica é:
"Vale a pena, planejar bem o ambiente de trabalho".
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